Júri dos EUA considera "cara do sanduíche" inocente de agressão a agente da fronteira com sanduíche

Um manifestante americano acusado de usar um sanduíche para agredir um agente da Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) foi considerado "inocente" na quinta-feira, após um júri decidir que as acusações apresentadas pelos promotores do presidente Donald Trump eram absurdas. O veredicto na Praça do Capitólio, em Washington, ocorreu depois que Sean Dunn, de 37 anos, foi acusado de atirar um "sanduíche tipo submarino" em um agente armado da CBP (Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA) em 10 de agosto, em uma área movimentada da vida noturna, após uma série de palavrões gritados, informou a agência de notícias AP. Inicialmente, os promotores buscaram acusações de crimes graves, em consonância com uma campanha ordenada pelo presidente Trump para reprimir o crime na capital. No entanto, um júri popular se recusou a indiciar Dunn por qualquer crime grave. Foi apresentada apenas uma acusação de contravenção, com pena máxima de um ano de prisão. Dunn foi perseguido e libertado imediatamente após o incidente do arremesso do sanduíche, apenas para ser preso posteriormente em uma operação policial em sua casa, anunciada pela Casa Branca e amplamente divulgada. À medida que o vídeo da altercação se tornava viral, ele ganhou o apelido de "cara do sanduíche de Washington" e se tornou um símbolo de resistência às medidas policiais do presidente. Imagens estilizadas dele em pleno ataque apareceram em pôsteres, grafites, camisetas e até como uma fantasia popular de Halloween. A procuradora-chefe nomeada por Trump em Washington, Jeanine Pirro, tem buscado as penas máximas para prisões desde que assumiu o cargo, inclusive no caso de Dunn. Análises da mídia sobre a repressão ao crime promovida pelo presidente mostram que muitas das novas prisões e indiciamentos decorreram de delitos menores. Na abertura do julgamento, na segunda-feira, o juiz Carl J. Nichols disse esperar que o processo fosse breve, declarando: "Este é o caso mais simples do mundo". A defesa de Dunn não contestou que ele atirou o sanduíche, mas argumentou que o ato não constituía crime e descreveu a acusação como um "abuso de poder flagrante". O ponto central do julgamento era se o arremesso de um objeto macio poderia ser considerado "forçado" e se isso interferiu no cumprimento das funções do policial. Dunn, então assistente jurídico do Departamento de Justiça, foi demitido do cargo após o incidente.